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Diferença entre Tristeza e Depressão: Como Identificar?

Postado em: 05/05/2025

Sentir tristeza faz parte da vida. Todos nós, em algum momento, passamos por situações que despertam dor emocional: perdas, decepções, mudanças inesperadas. Essa reação é natural, saudável e passageira.

A Depressão, por outro lado, é uma condição patológica que vai além da tristeza. 

A depressão pode surgir com ou sem um motivo claro e afetar profundamente o corpo, os pensamentos e o modo como a pessoa experiencia seu dia a dia. 

Identificar essa diferença é essencial para saber quando é hora de buscar apoio. Continue a leitura para saber mais!

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Diferença entre Tristeza e Depressão: Como Identificar? 2

O que é a tristeza?

A tristeza geralmente tem uma causa identificável: algo que aconteceu e provocou uma reação emocional. 

É comum, por exemplo, após o término de um relacionamento, a perda de alguém querido, uma mudança difícil ou um fracasso pessoal.

Apesar do desconforto, a tristeza tende a diminuir com mais naturalidade, especialmente quando a pessoa pode falar sobre o que está sentindo, se permitir viver a dor e encontrar apoio emocional. 

Durante esse período, ainda é possível sentir prazer em outras áreas da vida e manter o interesse por atividades cotidianas.

Isso não significa que quem sente tristeza não precisa de ajuda. O apoio emocional e a psicoterapia, por exemplo, podem ser importantes e benéficos para ajudar a lidar com as emoções e momentos difíceis.

O que é a depressão?

ADepressão é um transtorno que afeta a mente e corpo. Nela, nem sempre existe uma razão específica. 

O sofrimento surge e se mantém por um tempo prolongado, acompanhado de outros sintomas que podem ou não incluir tristeza, mas que vão além disso.

Um dos efeitos comuns da depressão é que o corpo pode ficar triste. Movimentar-se pode se tornar difícil, como se houvesse um desânimo, um peso físico ou uma lentidão. 

A pessoa pode se sentir sem forças, sem energia ou com uma sensação de vazio. 

Ela até pode conseguir realizar suas tarefas, dependendo do grau de depressão, mas o sofrimento a acompanha no cotidiano, mesmo que pareça “camuflado” ou em segundo plano.

Em graus mais graves, a pessoa pode não conseguir mais realizar afazeres.

É importante buscar ajuda em qualquer grau da condição, inclusive porque a depressão pode progredir se não for tratada adequadamente.

Alguns dos sintomas que também podem acompanhar a depressão são: 

  • Alterações no apetite (comer demais ou quase nada).
  • Distúrbios no sono (insônia ou sono excessivo).
  • Dores físicas como dor de cabeça, tensão muscular, queimação no estômago ou nas costas.
  • Dificuldade de concentração, esquecimentos e lapsos de memória.
  • Queda da autoestima ou vergonha de si.
  • Irritabilidade constante, falta de paciência, 
  • Sensação de angústia ou medo sem motivo claro,
  • Perda do prazer com coisas que antes eram agradáveis.
  • Redução da libido e afastamento das relações sociais.

É possível ter depressão sem sentir tristeza?

Sim. Nem toda depressão se manifesta com tristeza. 

Em muitos casos, o que aparece é uma irritabilidade, cansaço excessivo, dificuldade para se concentrar, sensação de que as coisas perderam o sentido ou outras reações emocionais.

Algumas pessoas continuam mantendo suas tarefas em dia, mas vivem um sofrimento silencioso, que nem sempre é perceptível para os outros. 

Em alguns casos, os pensamentos negativos são constantes, e podem variar de ideias negativas sobre si mesmo até incluir ideias suicidas em graus graves.

Por isso, é importante lembrar que depressão não tem uma única forma de se manifestar — e nem sempre é evidente.

A depressão pode ocorrer em qualquer idade?

Sim. A depressão também pode se manifestar de diferentes formas ao longo da vida:

  • Na infância, é comum ela surgir como irritação constante, dificuldades na escola ou alterações no sono, por exemplo. 
  • Em adolescentes, pode aparecer como isolamento, impulsividade ou queda no rendimento escolar.
  • Já nos idosos, a depressão pode ser confundida com demência, por muitas vezes causar perda de memória, lentidão no pensamento e falta de interesse nas atividades do dia a dia. 

Esses são apenas alguns exemplos e esses sintomas também podem caracterizar a depressão na vida adulta em muitos casos, lembrando que essas outras fases da vida também podem ter os sintomas mais “clássicos” de depressão.

O que queremos deixar claro aqui é que essa condição pode ter muitas variações, sendo a ajuda importante em todas elas, assim como o cuidado para não subestimar nenhum sinal. 

A depressão pode parecer outra coisa, como um problema de comportamento ou outro transtorno. Isso pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento adequado.

Quando é hora de buscar ajuda?

Se os sintomas estiverem presentes por mais de duas semanas, é fundamental buscar ajuda. 

O primeiro passo pode ser conversar com alguém de confiança, mas o acompanhamento profissional é essencial para um diagnóstico correto e um tratamento eficaz.

A terapia é um espaço seguro para falar sobre o que está sendo vivido, compreender melhor os sentimentos e construir estratégias para lidar com eles. 

No caso de pensamentos suicidas é preciso buscar ajuda imediata, como no Centro de Valorização à Vida (CVV) — que possibilita ligações pelo e conversas por chat — ou com profissionais da psicologia ou pessoas de confiança. 

Em geral, os pronto socorros contam com equipe de especialistas para os casos de emergência. 

Além da terapia, existem outros tratamentos, como medicação, infusão de cetamina monitorada por psiquiatras e procedimentos neuropsiquiátricos.

É possível resgatar o prazer, a energia e o sentido da vida. A depressão não é sinal de fraqueza. Ela é uma condição que exige cuidado, acolhimento e tratamento. 

Se você se identificou com algum dos sintomas descritos, não hesite em buscar ajuda. Você não está sozinho(a), e há caminhos para se sentir melhor.

Christina Fornazari

Psiquiatra

CRM 156680 | RQE 65302

Clínica Innovatio Pamplona

(11)93344-4604

Rua Pamplona, 145, sala 07, Jardim Paulista São Paulo -SP

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