Como Ajudar um Amigo ou Familiar com Depressão Resistente?
Postado em: 06/06/2025
Quando uma pessoa querida está lidando com um quadro de Depressão Resistente, é comum não saber como ajudar.

A depressão resistente é caracterizada pela ausência de resposta significativa após o uso de pelo menos dois antidepressivos diferentes, em doses e tempo adequados.
Para quem observa de fora, pode parecer que a pessoa não está “se esforçando” o suficiente, quando, na verdade, ela está lutando diariamente contra sintomas intensos e persistentes que vão além do controle da vontade.
Amigos e familiares muitas vezes querem ajudar, mas não sabem o que fazer. A seguir, vamos trazer algumas considerações sobre o assunto com a intenção de auxiliar você no apoio ao seu ente querido!
Compreendendo a depressão resistente
Antes de tudo, é fundamental entender que a “Depressão Resistente“ não é preguiça, falta de motivação ou falta de gratidão pela vida.
É uma condição clínica que altera profundamente a forma como a pessoa pensa, sente e reage ao mundo.
Além dos sintomas mais conhecidos, como tristeza, falta de interesse e apatia, a depressão pode se manifestar por sinais menos reconhecidos, como:
- Irritabilidade constante ou explosões emocionais.
- Problemas físicos recorrentes, como dores de cabeça, distúrbios digestivos ou cansaço extremo.
- Isolamento social progressivo, inclusive de pessoas queridas.
- Esquecimentos frequentes, dificuldade de concentração e sensação de confusão mental.
- Sensação de “vazio”, mesmo sem estar triste, ou perda de sentido na vida.
Entender essa possível variedade de sintomas é essencial para evitar julgamentos e oferecer um apoio mais sensível e acolhedor.
O que você pode fazer para ajudar
Ajudar alguém com depressão resistente pede empatia, paciência e informação.
Algumas atitudes podem fazer a diferença no dia a dia dessa pessoa, como por exemplo:
- Escute sem pressa e sem tentar “consertar” a dor: muitas vezes, apenas oferecer um espaço seguro para a pessoa falar já é um gesto poderoso.
- Evite frases como “é só pensar positivo”: mesmo com boa intenção, essas expressões podem gerar frustração e afastamento.
- Reconheça o esforço que ela está fazendo para continuar: validar pequenos avanços pode fortalecer o vínculo e mostrar que ela não está sozinha.
- Esteja presente de forma prática: oferecer ajuda para tarefas simples, acompanhar a pessoa ou apenas passar um tempo junto pode ter grande valor.
- Incentive, com cuidado, a busca por tratamento: lembre-se de que insistir de forma ríspida pode gerar resistência, mas sugerir opções de cuidado com acolhimento pode abrir caminhos. Saiba que existem vários tipos de tratamento para depressão além de medicamentos e que, inclusive em casos resistentes, essas outras abordagens podem ajudar. Descubra com cuidado se a pessoa sabe disso e apoie a busca por novas opções.
O papel dos profissionais e do tratamento da depressão resistente
Em muitos casos de depressão resistente, pode ser importante combinar diferentes estratégias terapêuticas, como o uso de medicamentos, terapias neurológicas, a infusão de cetamina e a psicoterapia.
A psicoterapia oferece um espaço seguro onde a pessoa pode compreender melhor suas emoções, reformular padrões de pensamento e desenvolver recursos para lidar com os desafios diários.
Esse processo pode ser transformador e deve ser respeitado no tempo e na forma de cada indivíduo.
Além disso, algumas pessoas podem se beneficiar de tratamentos como a infusão de cetamina, especialmente em quadros mais graves ou com ideação suicida.
Quando realizado por profissionais qualificados, esse recurso pode trazer alívio rápido e ser um ponto de virada no processo de recuperação.
As terapias neurológicas são procedimentos voltados para estímulos cerebrais relacionados à depressão. Elas podem ser realizadas por neurocirurgiões, por exemplo.
O objetivo dessas abordagens não é excluir uma a outra: elas podem ser aliadas, sendo importante que profissionais analisem sua viabilidade e indicações de acordo com cada caso.
A importância de cuidar de quem cuida
Oferecer apoio a alguém com depressão resistente pode ser desafiador. Por isso, é importante que familiares e amigos cuidem da própria saúde mental, buscando suporte quando necessário.
Participar de grupos de apoio, conversar com profissionais ou incluir a psicoterapia na própria rotina são formas de manter o equilíbrio e continuar sendo uma rede segura para quem precisa e para você mesmo.
Com compreensão, presença e suporte profissional adequado, é possível enfrentar a depressão resistente com mais leveza e esperança — juntos, e com menos solidão.
Na Innovatio Pamplona oferecemos tratamento com cetamina junto de uma equipe atenciosa e preparada. Entre em contato conosco para mais informações!
Christina Fornazari
Psiquiatra
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